Mais de 200 mil pessoas deram as boas-vindas a 2016 nas festas de Réveillon organizadas pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo E Eventos (Manauscult): Ponta Negra, na zona Oeste, av. Itaúba, no Jorge Teixeira, zona Leste, e Orla do Amarelinho, no bairro Educandos, zona Sul. A queima de 18 toneladas de fogos e os shows preparados para a Virada do Ano pelos artistas locais foram os pontos altos de todas as festas. Não houve registro de ocorrências graves.
“Temos a certeza de que fizemos o nosso melhor para realizar esta megafesta em um ano que foi difícil. Cada um fez a sua parte. O público fez a dele comparecendo e abrilhantando a celebração de Ano Novo com animação. Os propósitos são maiores para 2016: vamos fazer essa cidade atravessar toda dificuldade com bravura, a exemplo do que foi em 2015. Nós vamos navegar e vencer, vamos começar e terminar o ano que vem como fizemos neste: iniciando, concluindo e entregando obras ”, afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
De acordo com o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, a presença marcante do público até o final da festa foi outro diferencial deste Réveillon. “A população não apenas compareceu ao evento, como acompanhou todas as atrações preparadas, demonstrando o grande prestígio que os talentos da nossa terra têm”, afirmou. Ao todo, mais de 300 artistas participaram da programação de virada de ano.
Na Ponta Negra, mais de 180 deles (os artistas) fizeram 10 horas de show para um público de 150 mil pessoas, que lotou a praia desde as 19h. Às 5h, com a entrada da banda Meu Xodó, o pique e animação eram os mesmos do início da noite. “Viemos com a família porque sabemos que todos os anos é um lugar tranquilo. Estar na praia é energizante. Vamos esperar o sol nascer para agradecer por este ano que se inicia”, afirmou a auxiliar administrativo Andrea Veloso Borges, 25, que estava acompanhada do esposo, irmãs, cunhados e primos.
A dona de casa Adriana Silva, 22, acompanha a queima de fogos com a família na Ponta Negra há 5 anos. Como de costume, levou a ceia e a barraca para curtir os shows dos artistas locais que ama, além da tradicional queima de fogos. “Foi muito linda a queima de fogos. Eu e minha família amamos o shows pirotécnico”, disse.
Luzia Vieira, 68, está em Manaus há 2 anos, é de Pernambuco, e desde então passa a virada do ano na Ponta Negra. “Eu amo essa cidade e tudo que existe nela, principalmente o açaí. A Praia da Ponta Negra é ótima, adoro este ponto turístico. É como dizem: quem come jaraqui não sai daqui, então, nunca mais quero sair de Manaus”, disse, animada.
Nina Nascimento, 50, que também é de Pernambuco, trouxe toda a família: os dois filhos e a nora. Em 2015, ela chegou a Manaus às 1h do dia 1°, especialmente para passar a virada. Neste ano não foi diferente. “Eu amei esta cidade, ela me atrai, eu estou curtindo com minha família de frente para o rio. Os artistas amazonenses são muito alegres”.
O show do grupo Cauxi Eletrizado aqueceu o público no melhor clima de Carnaval, abrindo a pista para a atração da Virada, os ritmistas da escola de samba Mocidade Independente de Aparecida, atual campeã do Carnaval de Manaus. Ao lado de Fátima Silva, Israel Paulain, Elias Moreira e Adriano Arcanjo, levantaram o astral durante a contagem regressiva. O show teve direção artística de Paulo Marinho.
Na avenida Itaúba, a chuva do início da festa, por volta de 20h, não espantou o público. Assim que subiu ao palco, o cantor Nunes Filho atraiu os moradores da área para aproveitarem de perto a apresentação que foi do brega à cumbia, regada ao balé de cinco dançarinos. “Participo da festa de Réveillon da cidade há vários anos, seja na Itaúba, Ponta Negra ou Amarelinho. Fico feliz por ser escolhido, é uma prova de que o povo reconhece meu trabalho. Ë gratificante para nós, artistas da terra, ter essa oportunidade”, afirmou. Ao todo, a festa da zona Leste reuniu 50 mil pessoas.
A escola de samba A Grande Família fez a diferença na Virada do Ano. Tocou xote, funk e claro, sambas de enredo de sucesso da agremiação e clássicos das escolas do Rio de Janeiro. Logo após a queima de fogos, Márcia Novo subiu ao palco acompanhada dos músicos da Alaídenegão e levantou o público com muito som de beiradão. A banda Marrakeshi encerrou a programação no local às 4h50.
“O que eu sempre espero eu encontro aqui: diversão, alegria e segurança”, afirmou o pintor de carro Edigray Franco. Morador da av. Itaúba. Ele fez da porta de casa um camarote especial para a família. “Moro aqui desde 2000 e com a vinda da festa pra cá nos últimos anos, não preciso mais me preocupar em deslocar para passar um Ano Novo legal”, disse.
Manifestações religiosas
Paralelo à festa na praia, a prefeitura montou uma estrutura de apoio na Ponta Negra para o Festival Afro-amazônico de Yemanjá, que encerrou durante o Réveillon. Montada próximo ao rio Negro, o local foi escolhido por facilitar o acesso dos religiosos à água, para depósito de oferendas à Yemanjá, considerada mãe das águas e protetora religiosa.
“É claro que no réveillon não poderiam faltar as tradicionais oferendas à nossa mãe. É um momento muito especial fazer isso em Manaus. Em lugar nenhum no Brasil esse tipo de estrutura foi feito. Manaus está de parabéns”, comentou o diretor da Articulação Amazônica dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (Aratrama), Alberto Jorge. “A Prefeitura de Manaus fez um grande esforço e disponibilizou uma bela estrutura. Nesses três dias, mais de 30 mil pessoas passaram por aqui. É realmente um sucesso”, completou.
O diretor presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Bernardo Monteiro de Paula, explicou que o apoio aos seguidores das religiões afro-brasileiras mostra o respeito da atual administração pelas diversidade religiosa. “É um momento muito importante para toda a religião. Não poderíamos deixar de apoiar”, afirmou.
Além de tendas, usadas nos cultos, também foram disponibilizados pela prefeitura gradil, banheiros químicos e iluminação para a realização do festival.
Festa na zona Sul
No Amarelinho, nem a forte chuva atrapalhou a festa, aberta por Américo Madrugada e banda, e seguida pelo Canto da Mata. O show pirotécnico e a bateria da escola de samba Reino Unido da Liberdade animaram o público na chegada do novo ano.
O peruano Jorge Guzman, 28, que mora em Manaus há três anos, já participou da festa de réveillon no ano passado no Amarelinho e sempre recomenda Manaus aos amigos de outros países. "Toda vez que algum amigo vem ao Brasil, digo que eles devem conhecer a cidade de Manaus. É uma cidade de grande cultura e possui boas festas como essa”.
A dona de casa Greice Soares, 32, participou da festa com o filho, o marido e a irmã, escolhendo o Amarelinho por ser mais próximo de casa. "Estávamos em casa e resolvemos vir conhecer a festa e estamos gostando muito".