Na primeira apresentação realizada em junho de 2015, foi casa cheia. Para a temporada 2016, em abril e maio, o espetáculo “Complexo de Gaivota” promete o mesmo sucesso. Com uma nova montagem, a peça produzida pela artista Thais Vasconcelos fala sobre o teatro, sobre o medo do fracasso, a aceitação e os complexos processos de criação artística. E apresenta uma peça dentro da peça.
“Complexo de Gaivota”, que foi contemplado pelo Edital de Conexões Culturais da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), nasceu da montagem de conclusão do curso de Teatro de Thais, pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Desde então, o texto passou por muitos tratamentos.
“A primeira inspiração vem do texto de Anton Tchekhov, A Gaivota, que trata das intempéries do fazer teatral. Em seguida, escrevi uma dramaturgia livremente inspirada nele, um texto com recortes de outras peças, de filmes, de relatos anônimos da internet: O Complexo de Gaivota. E agora, o elenco, junto à direção, fez o que nós chamamos de “a destruição” do texto para essa nova montagem”, explica a artista.
A história se desenvolve a partir do diretor de teatro contemporâneo chamado Trepliev, que está ensaiando uma nova peça: o musical contemporâneo “Elefantes Verdes”, o qual ele acredita ser o melhor espetáculo de todos os tempos. Sua mãe, uma diva do teatro – Arkádina - faz parte do elenco e sempre satiriza o filho por suas ideias estapafúrdias. No elenco de ‘Elefantes Verdes’ está também a jovem atriz Nina, que sonha em ser famosa e aparecer na Globo.
Segundo Thaís, é uma tragicomédia que leva ao público um pouco do que é o backstage de uma produção teatral nada glamourosa e exageradamente pitoresca. Em cena, a artista interpreta “Arkádina”, e os atores Heitor Loris e Tainá Lima, dão vida a “Trepliev” e “Nina”, respectivamente.
Conexões Culturais
Para Thais Vasconcelos, ser contemplado por um edital “É um desejo de todo artista-pesquisador”. “Todos querem conseguir tirar seus projetos do papel e executá-los como deve ser. No meu caso, a montagem era acadêmica e sem recursos técnicos pela falta de apoio financeiro. Agora está sendo produzida a todo vapor e subsidiada em uma companhia de teatro profissional”.
Nessa nova montagem, assume a direção do espetáculo Taciano Soares, diretor responsável por espetáculos como “Fando e Lis”, “Oração”, “Persona – Face 1”, entre outros.