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Preconceito ao toque retal ainda é o principal inimigo da prevenção
Por Hélida Tavares, segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Em 2016, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 520 casos de câncer de próstata no Amazonas. É o segundo tipo de câncer no ranking total de casos de neoplasias no Estado, perdendo apenas para os casos de colo de útero que atingem as mulheres.
No mês de novembro, a Sociedade Brasileira de Urologista (SBU) realiza a campanha Novembro Azul, como forma de chamar a atenção dos homens para a prevenção e o diagnóstico dessa doença, que enfrenta um grande inimigo: o preconceito.
De acordo com o médico urologista Anoar Samad, membro da SBU, grande parte dos homens adia o diagnóstico do câncer de próstata por conta do preconceito ao toque retal, ou apenas faz o exame de sangue, o PSA. “Não existe recomendação para fazer apenas um exame, é necessário fazer os dois exames. Em muitos casos, a alteração não será identificada apenas no exame de sangue, somente no toque retal. Caso seja identificado algum nódulo suspeito na próstata ou o PSA elevado, o paciente será encaminhado para fazer a biópsia”, explicou.
Devido o assunto ainda ser tabu para muitos homens, Anoar Samad destaca a importância das mulheres no processo de conscientização. “Há pesquisas que apontam que 80% dos homens só vão ao médico influenciados pelas mulheres, ou seja, nesse processo, elas são fundamentais. Por isso, nesse Novembro Azul, as mulheres têm que perguntar aos maridos e companheiros se estão com os exames preventivos em dia”, disse.
No toque retal, Anoar Samad explica que o urologista procura nódulo ou "caroço" endurecido. “A consistência normal da próstata é parecida com a ponta do nariz. A presença de uma área na próstata mais endurecida do que a ponta do nariz já é considerada suspeita. O mais importante para a prevenção no câncer de próstata é o exame anual, pois permite diagnosticar o câncer de próstata bem no início e providenciar uma grande chance de cura”, disse.
Fatores de risco e diagnóstico
Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são a idade superior a 40 anos e a hereditariedade, ou seja, o risco aumenta quando o homem envelhece ou quando ele tem pai que teve câncer de próstata. “O paciente com câncer de próstata não sente nada, principalmente no início da doença, daí a importância do exame preventivo”, explica o urologista Anoar Samad.
Segundo Anoar Samad, quando o câncer de próstata é diagnosticado e tratado no início, os riscos de mortalidade são reduzidos, tendo chance de cura para até 90% dos casos. “No entanto, essa porcentagem cai para 35% se o tumor é identificado mais tarde, quando já saiu da próstata”, destacou.
Não existem sintomas específicos para o câncer de próstata. O recomendável é que todos os homens, acima de 40 anos de idade ou mais, façam um exame de próstata anualmente, o que compreende o toque retal e o PSA.
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