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Sátira A.M.A.D.A.S, com Elizabeth Savala, aborda a rigidez dos padrões
O espetáculo acontece nos dias 18 e 19 de março, no Teatro Amazonas. Por Secretaria de Estado de Cultura, segunda-feira, 13 de março de 2017
Com apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Cultura, o espetáculo acontece nos dias 18 e 19 de março, no Teatro Amazonas Por meio de um humor histriônico e contagiante, o espetáculo coloca em discussão algumas das questões mais importantes sobre a condição da mulher moderna: o texto enfoca a via crúcis de uma mulher que chega à meia-idade, pressionada pelas demandas de uma sociedade cada vez mais fútil e superficial. Com texto de Regiana Antonini e direção de Luiz Arthur Nunes, o espetáculo é um convite a um debate instigante, protagonizado pela experiente Elizabeth Savala. Com 41 anos de carreira, a atriz tem muitas histórias para contar. Nessas quatro décadas, Elizabeth vivenciou diversos personagens, entre mulheres fortes, dramáticas, fúteis, quase sempre cômicas. Paulistana do Butantã, estreou na TV aos 19 anos interpretando a Malvina da novela “Gabriela”. Ícone da teledramaturgia brasileira, a atriz também é uma figura carimbada nos palcos, onde está em cartaz continuadamente desde 1988 com os espetáculos Lua Nua, Ações Ordinárias, Mimi, É!.., e Friziléia.
Regina Antônia, a protagonista de “A.M.A.D.A.S”, é mais uma mulher que um dia acordou despencada. A história trata do fenômeno do “despencamento”, que atinge a todas as mulheres com a chegada da meia idade, e fala sobre as inseguranças e angústias geradas pela impossibilidade de conservar o visual e o comportamento típicos da juventude a essa altura da vida.
Para Elizabeth Savala, isso aconteceu quando completou 51 anos. “No dia anterior eu acordei e li meu jornal como sempre. No dia seguinte, eu já não conseguia ler sem óculos”, recordou e ainda completou, sobre a ditadura da beleza: “Não é uma questão de culpa, mas a sociedade cobra isso de todos nós, essa obrigação de se estar sempre jovem, sarada e bonita. O texto mostra, através do humor, o quanto é ridículo esse esforço para se esconder a idade quando ela chega”.
ENTREVISTA COM A ATRIZ ELIZABETH SAVALA Depois de interpretar tantas mulheres diferentes, o que a Regina Antônia traz de novo ou desafiador para você? O desafio maior está em que neste monólogo eu interpreto diversos personagens além da protagonista Regina Antonia. Na peça ela está completando 48 anos de vida e no dia anterior ao seu aniversário ela encontra uma amiga da época da adolescência. Exatamente aquela amiga que era a gostosona da turma, aquela que ficava com todos os gatinhos que todas queriam ficar. Aquela amiga que era três anos mais velha, mas que aparentava cinco anos mais nova e que agora, vinte anos depois, à custa de muito botox, silicone e academias de ginástica, parece ser de uma geração posterior à da protagonista. O embate entre as duas é muito rico e prazeroso para mim como atriz. Cirurgias plásticas, botox, silicone. Você condena quem as faz? Já fez alguma? Existe algum limite para a vaidade? Eu não condeno nada, nem ninguém. Mas às vezes as pessoas exageram nos riscos que correm para ficarem mais bonitas. Eu fiz uma novela do Walcyr Carrasco chamada Sete Pecados em que eu interpretava exatamente o pecado da vaidade. Nesse período, estive em contato com cirurgiões plásticos, e um deles em especial me deixou apavorada com os riscos que se corre nesses procedimentos. Você pode ficar melhor, mas também pode ficar muito pior. Você tem uma atuação intensa na TV e no teatro. Como você faz para conciliar os trabalhos? Eu tenho feito uma novela a cada dois anos. Entre uma novela e outra eu intercalo meus espetáculos de teatro. Nos últimos dez anos, eu tenho me dedicado ao projeto TEATRO DE GRAÇA NA PRAÇA, em que eu apresento espetáculos ao ar livre, em praças públicas, em cidades do interior de São Paulo. É muito estimulante para um ator apresentar um espetáculo para milhares de pessoas na rua. Ainda mais quando se sabe que a maioria dessas pessoas nunca foram a um teatro. O humor é um traço presente em toda a sua carreira. Que importância você atribui a essa característica? O humor aproxima as pessoas. Desde criança eu aprendi a debochar de mim mesma. Isso é uma grande vantagem, pois ninguém vai debochar de você quando você já faz isso naturalmente. Para mim o humor é isso, debochar de coisas sérias de modo que as pessoas parem para pensar a respeito. Principalmente neste momento que o país está atravessando. O povo precisa rir de alguma coisa, não é mesmo? Nem que seja de si próprio. E a peça faz isso. A peça mostra o ridículo a que se pode chegar para conseguir uma coisa que às vezes não tem nenhuma importância.
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