Segundo nutricionista, excesso de alimentos e produtos no equipamento pode fazer com que eles estraguem antes do prazo

A geladeira é um dos aparelhos clássicos de qualquer cozinha e, no Brasil, em que esse lugar da casa tem uma importância fundamental para a reunião familiar, ela é até objeto de carinho. Elemento central da chamada Linha Branca (fogão, geladeira, microondas, etc.), ele também é um ponto de apoio importante da economia do país: a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) recentemente afirmou que o setor de eletrodomésticos representa 3,34% do PIB brasileiro.

Um dos símbolos da vida moderna, por ser a responsável pela conservação do alimento por mais tempo, a geladeira também reflete a confusão do cotidiano. Normalmente, ao abrir a porta de uma o que se encontra é uma grande desorganização de alimentos, líquidos, ingredientes e comidas prontas, além dos famigerados restos de refeições passadas. No entanto, a forma como os alimentos são armazenados na geladeira interferem na saúde ーao menos é o que dizem pesquisadores e nutricionistas.

Diogo Círico, nutricionista de uma fabricante de suplementos alimentares, afirma que a maior parte do que é armazenado na geladeira é justamente tipos de alimentos que, por sua validade curta, precisam de uma refrigeração própria, por exemplo ovos, leite, queijo, manteiga, margarina, vegetais e frutas. Essa prática não é errada, mas é preciso se atentar para alguns fatores.

Um deles diz respeito às carnes. "Elas só devem ser guardadas na geladeira se forem consumidas no mesmo dia. Do contrário, o ideal é que sejam congeladas", cita ele.

Círico ainda diz que é possível evitar a contaminação de alimentos usando embalagens limpas e apropriadas. "Caixas de suco, de leite, frutas e legumes sempre devem ser guardadas em potes ou vasilhas em que caibam e que fiquem isolados dos demais produtos. Também não é recomendado misturar alimentos crus e cozidos na mesma prateleira da geladeira, para que uns não estraguem os outros", recomenda.
            
Hoje o mercado já abrange vários tipos de geladeiras que possuem dispositivos de armazenamento de fábrica. Um dos últimos modelos desenvolvidos possui uma cesta para frutas e legumes na porta e, na parte de dentro, várias gavetas e prateleiras mais altas ー onde a temperatura é menor ー para armazenar leite, carnes e derivados.

Outra dica comum é evitar que a geladeira abrigue uma grande quantidade de coisas. Para aproveitar uma maior eficiência do aparelho, é importante que ele esteja bem organizado, porque caso contrário o ar não circula adequadamente e a comida, por sua vez, estraga mais rápido. "Uma distribuição ligeira dos alimentos por todo o espaço, organizados de acordo com o vencimento, ajuda muito", explica Círico.

"De cima para baixo, é só posicionar primeiro os alimentos que estragam mais fácil, deixando nas últimas prateleiras os alimentos que demoram mais, como frutas e verduras", completa.           
            
Por último, até mesmo os fabricantes de eletrodomésticos recomendam que manter a temperatura da geladeira estável é uma das dicas que ajuda na organização, porque não apenas conserva os alimentos de forma correta ー permitindo que eles sejam usados até a data da validade ー, como também economiza energia elétrica. Não costuma se recomendar a prática de forrar o aparelho com plásticos ou toalhas, porque, da mesma forma, a circulação do ar frio fica limitada.

Um fator que gera maior consumo de energia e pode interferir no funcionamento, enfim, é a posição na cozinha. Segundo José Jorge Jr., presidente da Eletros, a geladeira deve ficar a pelo menos 10 centímetros da parede, de forma que o condensador não fique sobrecarregado. "Sem contar que a parte traseira não deve ficar perto de fontes de calor e não se pode, de modo algum, usá-la para pendurar peças úmidas ou molhadas", finaliza ele.