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Estudo sobre o controle da qualidade do ar no Amazonas com a utilização do açaí
A pesquisa acaba de se tornar finalista da Feira Brasileira de Jovens Cientistas. Por Três Comunicação e Marketing, quinta-feira, 28 de maio de 2020
As alunas do terceiro ano do ensino médio no Colégio Martha Falcão, Maria Tereza Lobato Kauffman e Sofia Gabrielli Lopes Maricaua, são responsáveis por um estudo inédito que tem como objetivo desenvolver um filtro utilizando as fibras lignocelulósicas do açaí para realizar o controle da qualidade do ar no Amazonas. A pesquisa acaba de se tornar finalista da Feira Brasileira de Jovens Cientistas, primeira feira de ciências online para jovens do nosso país. “Estamos muito felizes por termos conseguido chegar a essa etapa da Feira Brasileira de Jovens Cientistas, pois ela tem relevância internacional. O evento está previsto para acontecer no próximo mês, entre os dias 26 e 28”, disse Maria Tereza. A feira será totalmente virtual e foi criada por jovens que participaram das maiores feiras de ciências do Brasil e do mundo para democratizar ainda mais o acesso a eventos científicos para estudantes de todo o país. Palestras de cientistas brasileiros renomados, além de workshops e uma maratona de inovação fazem parte da programação do encontro. Impacto positivo O experimento surgiu com a preocupação das alunas com os impactos gerados com a poluição ambiental, levando em conta que, em Manaus, a concentração de poluentes é duas vezes maior que os níveis toleráveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As queimadas e desmatamentos estão entre as principais causas da poluição do ar no Amazonas. “A nossa idéia desde o início era desenvolver algo que trouxesse um impacto positivo na nossa região”, comenta a aluna Maria Tereza. Desde o ano passado, as alunas já planejavam a produção do artigo científico sobre a utilização das fibras da fruta típica da amazônia. Elas recebem orientação do professor de química do Martha Falcão, Denis de Freitas Castro, que possui mestrado em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). . “Durante uma pesquisa para a produção da tese, observei que haviam muitos trabalhos com água, mas de ar atmosférico quase nenhum”, recorda o professor. Com as alunas, ele estuda a possibilidade de fechar parcerias com a universidades para o projeto. Com a ajuda do professor, as jovens mostraram que, além do seu sabor exótico, amplamente utilizado no preparo de bebidas, sorvetes, geléias e doces, o açaí também é uma alternativa barata e biodegradável para criar um protótipo de um filtro utilizando as fibras do fruto, que resulta em um papel sustentável que servirá para avaliar os poluentes do ar. “Lembrando que o consumo da fruta no Amazonas é elevadíssimo e, normalmente, essas fibras agregadas ao caroço do açaí são descartadas em lixo, então com a fabricação dos filtros, elas serão reaproveitadas para a produção dos filtros que serão utilizados ao longo da pesquisa”, conta o professor Denis Castro. Os testes com os protótipos devem iniciar após a pandemia do Covid-19, na área do Polo Industrial de Manaus (PIM), para realizar a medição da emissão de monóxido de carbono pelas empresas, e também em lixões que utilizam as queimadas como tratamento desses resíduos.
O incentivo à pesquisa na instituição é considerado um dos maiores legados da professora Martha Falcão, uma pioneira das causas ambientais, que foi reconhecida em todo o Brasil por sua dedicação, como professora e cientista, à preservação da Amazônia. O Colégio Martha Falcão possui a Associação de Ciências, Educação e Tecnologia da Amazônia (ACETAM) e o Clube do Futuro Cientista, iniciativas que estimulam a experimentação como forma de aprender e ensinar ciências. Além disso, a instituição é pioneira na realização de feiras de ciências em Manaus. E, com todo esse estímulo, o colégio hoje já possui diversos egressos atuando na ciência e tecnologia. A aluna Maria Tereza, responsável pelo estudo com as fibras do açaí, também faz parte da diretoria do Clube do Futuro Cientista e, atualmente, tem focado na rotina de estudos para ingressar na área científica em uma universidade no próximo ano. “O incentivo à formação de novos pesquisadores nasce nas salas de aula e, por isso buscamos incentivar a curiosidade, o gosto por descobertas e pela ciência”, destaca a diretora das Instituições Nelly Falcão de Souza (INFS), Nelly Falcão de Souza. Para a educadora, essa consciência desenvolvida ainda na infância faz com que os estudantes cheguem à fase adulta com um olhar crítico da realidade e noção de sua participação de um mundo melhor.
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