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Ação Taberna do Bem abastece comércio na RDS do Rio Negro e fortalece economia local
FAS intermediou a compra dos produtos e realizou a entrega de mais de duas toneladas de itens. Por Fundação Amazonas Sustentável , terça-feira, 11 de agosto de 2020
FAS intermediou a compra dos produtos e realizou a entrega de mais de duas toneladas de itens de primeira necessidade Os moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro (AM) sentiram na pele, e no bolso, os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus. A Covid-19 não deixou apenas mortos e infectados na região, mas também provocou desemprego, desaquecimento no comércio e insegurança financeira. Para auxiliar essas comunidades, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) coordenou a ação “Taberna do Bem”, que garante o abastecimento de produtos essenciais nos comércios ribeirinhos por meio de financiamento e apoio logística. A iniciativa é semelhante a um microcrédito, mas sem juros. O trabalho foi desenvolvido pelo Programa de Empreendedorismo da FAS que, além de intermediar a compra dos produtos, planejou, organizou e realizou a entrega dos itens para os comerciantes, cobrindo todos os custos de logística. Foram entregues mais de duas toneladas de itens de primeira necessidade, entre alimentos e produtos de higiene, para abastecer 16 mercearias da RDS do Rio Negro, contemplando oito comunidades situadas entre os municípios de Iranduba, Novo Airão e Manacapuru. A estratégia, que teve apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (SEMA), foi pensada para preservar a segurança dos moradores, evitando o contato com a cidade e para não correrem o risco de se contaminarem, e transmitirem o coronavírus às outras pessoas. Além disso, é uma atividade de incentivo à recuperação econômica pós pandemia. De acordo com o coordenador do Programa de Empreendedorismo da FAS, Wildney Mourão, foi liberada uma linha de microcrédito emergencial de aproximadamente R$ 1,3 mil para cada comerciante. O pagamento do microcrédito, segundo ele, poderá ser feito após 90 dias, em 12 parcelas sem juros, começando em outubro. “É uma forma de ajudar os empreendedores a manterem suas atividades econômicas funcionando, assegurar às famílias o acesso à alimentação na comunidade, gerando assim um impacto socioeconômico positivo para as pessoas que precisam”, diz Wildney, ao lembrar que mais de 50 famílias foram beneficiadas com o projeto, direta ou indiretamente. A ação também faz parte da segunda etapa do projeto “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, coordenada pela FAS com o apoio de 88 instituições, prefeituras e secretarias. A execução da “Taberna do Bem” foi possível através de uma campanha de crowdfunding ou financiamento coletivo idealizada pela própria Aliança, através da plataforma Welight, que obteve micro doações de pessoas físicas e empresas parceiras. O site da campanha é esse: www.welight.io/combate-covid-no-am.
Em tempos normais, um empreendedor dessas comunidades pode investir, em média, até R$ 300 somente para se deslocar ao município vizinho e adquirir os produtos para abastecer o comércio. Wildney Mourão enfatiza que o fato de não precisarem enfrentar mais esse desafio logístico representa um ganho de eficiência financeira, “custo economizado”, para os comerciantes e os moradores. “Evitar isso faz muita diferença para eles, porque uma simples ida à cidade mais próxima envolve custos financeiros e pode representar até o próprio lucro do empreendimento”. É natural também que durante uma pandemia de impactos devastadores, comunidades como a da RDS do Rio Negro estejam fragilizadas. Segundo o coordenador, o projeto auxilia na resiliência das famílias e na superação da crise. “Num momento de muita insegurança, dor e medo, esse tipo de ajuda colabora para a construção de uma mentalidade mais forte nas pessoas e estimula a autoestima. E isso também reforça os nossos laços de confiança e presença”, conclui. De acordo com ele, os moradores acolheram muito positivamente o trabalho realizado pela FAS e se mostraram satisfeitos. A comerciante Helena Morais, da comunidade Santo Antônio, está no grupo de risco e afirma que o projeto acontece em boa hora para a comunidade. “A gente necessita muito, porque tá todo mundo desempregado e para ir ao banco abrir um crédito é dificultoso. Mas vocês vieram logo e foi feito o auxílio rápido. Então pra mim está mil maravilhas”, comemorou.
Wildney Mourão acredita que os resultados expressivos poderão auxiliar em uma eventual expansão do projeto, que ainda está em fase piloto, mas já tem gerado impactos positivos na comunidade. “As expectativas são boas. A ideia é que, após as seis primeiras parcelas, o empreendedor tenha direito a renovar seu crédito e, como não há juros, a adimplência será fundamental”, comenta. Para isso, ao longo dos próximos 12 meses os comunitários receberão uma mentoria financeira, com acompanhamento técnico para auxiliar os empreendimentos em relação às melhores estratégias econômicas. “Nós iremos concentrar ações de gestão financeira para pequenos comércios, como a criação de um fluxo de caixa, precificação dinâmica de produtos, inventário, estoque, além de ferramentas para adoção das melhores práticas de gestão”, disse Mourão. Segundo ele, vale ressaltar que 63% dos comerciantes nas mercearias da RDS do Rio Negro são mulheres. “As mulheres estão liderando esse processo e é muito bom ver a presença feminina em grande maioria à frente do comércio”, afirma Wildney. Para ele, esse fato pode demonstrar que as mulheres fazem uso dos recursos econômicos de forma mais eficiente e igualitária, um exemplo que pode ser seguido pela comunidade como um todo.
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