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Lesões de joelho são mais comuns no futebol feminino
Um dos esportes prediletos entre as mulheres. Por Luiz Affonso Mehl, Experta Media segunda-feira, 12 de julho de 2021
Com a popularização do futebol como um dos esportes prediletos entre as mulheres, a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) passou a ser uma das causas mais comuns de cirurgias no meio das atletas. Recentemente, esse tipo de lesão era muito mais frequente entre os homens, pois eles predominavam em esportes como futebol, basquete e lutas, que envolvem contato físico e mudanças de direção constantes. Com a participação feminina crescente no futebol, houve um aumento no número de mulheres acometidas pela ruptura do ligamento cruzado anterior. “Mais do que isso: quando analisamos atletas da mesma modalidade e no mesmo nível de competição, observamos que o risco de lesões entre as jogadoras chega a ser até oito vezes maior do que entre os jogadores”, informa o médico ortopedista de joelho que atua na Seleção Brasileira de Futebol Feminino, João Hollanda. Existe uma série de aspectos relacionados com o maior risco de rompimento do ligamento cruzado anterior entre as mulheres, alguns deles modificáveis e outros não. Esses são fatores intrínsecos (relacionados ao corpo da mulher) e extrínsecos (relacionados às características do futebol e de como é o seu treinamento).
Fatores de risco intrínsecos
Fatores anatômicos Além disso, as mulheres apresentam a bacia mais larga, o que afeta o alinhamento dos joelhos e da musculatura ao redor do joelho e do quadril, favorecendo os movimentos torcionais.
Fatores hormonais Segundo João Hollanda, “as variações hormonais podem influenciar também no controle neuromuscular e na capacidade de concentração da atleta, o que pode deixá-la mais vulnerável a situações de risco durante a partida. Ainda que as lesões possam ocorrer em qualquer fase do ciclo, elas são mais frequentes nos períodos pré-menstrual e menstrual”, relaciona o médico. A influência do ciclo menstrual é bastante variável de acordo com a atleta, bem como a resposta ao uso de pílulas anticoncepcionais. Mas há estudos que mostram menor incidência da lesão do ligamento cruzado anterior em jogadoras que fazem uso das pílulas.
Fatores biomecânicos e neuromusculares
Fatores extrínsecos
Menos acesso à equipe médica e de fisioterapia
Campos para treino e jogos mais precários
Calendário menos organizado
Resultado da cirurgia em jogadoras de futebol “Clinicamente, as atletas tendem a ficar com uma frouxidão discretamente maior do que os homens. Essa diferença, atribuída à influência dos hormônios, não é percebida pelas pacientes. Portanto, tecnicamente, não existem diferenças entre as cirurgias feitas em homens e em mulheres.” João Hollande ressalta que o resultado da reconstrução do ligamento cruzado anterior depende da qualidade da reabilitação pós-operatória. Ao menos no nível competitivo e profissional, os atletas homens costumam ter centros de fisioterapia de melhor qualidade à disposição, propiciando uma recuperação mais completa do que as jogadoras de futebol feminino.
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