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Olhar do público sobre acessibilidade e inclusão contribui com projeto de intervenção
Aspectos sociais e políticos foram abordados durante as encenações. Por Mônica Figueiredo, sexta-feira, 5 de novembro de 2021
Aspectos sociais e políticos foram abordados durante as encenações que aconteceram em quatro bairros da cidade. A acessibilidade urbana e a inclusão social de pessoas com deficiência conduziram o projeto cultural “Ruas, Becos e Vielas” que levou para os bairros de Manaus uma intervenção artística tendo como protagonista o corpo em movimento e os espaços públicos. Encenado por três artistas com perfis e características diferentes em cena, a intervenção foi apresentada nas ruas e contou com a contribuição direta do público espectador, trazendo para discussão os desafios enfrentados por pessoas, principalmente as que usam cadeiras de rodas ou que possuem mobilidade reduzida, nos grandes centros urbanos. Apresentado em quatros bairros de Manaus, nas zonas Norte, Sul e Oeste, “Ruas, Becos e Vielas”, é um projeto contemplado pelo Edital Cultura Criativa/Lei Aldir Blanc - Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC). Mais do que uma apresentação, a intervenção urbana levou para ruas aspectos sociais e políticos resultando em discussões necessárias para a sociedade. Na prática, o projeto voltou os holofotes para a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e pontuou a importância da acessibilidade na arte, educação e cultura. Realizado pela Avá Produção Cultural, a intervenção “Ruas, Becos e Vielas” ocupou os bairros com os artistas Mara Pacheco, Magno Fresil e Miguel Maia, este último, artista que usa cadeira de rodas e que explorou, com seus conhecimentos práticos, as dificuldades enfrentadas a partir da falta de acessibilidade urbana no dia a dia. “Foi magnífico. O que queríamos falar e mostrar era uma forma para as pessoas entenderem que todos os corpos podem dançar, independentemente do lugar que se encontram e como eles são construídos. Durante todo o processo, nossas atividades foram marcadas pela discussão da acessibilidade, todas essas questões apresentadas por meio do corpo do Miguel Maia, indo para os bairros e levando arte para esses lugares”, destacou Francis Baiardi, diretora do projeto. “Ruas, Becos e Vielas” integram um projeto de pesquisa onde os artistas analisam o corpo no ambiente urbano. Dentro dessa proposta existem várias discussões e a partir do momento que o projeto vai para as ruas absorve outras questões como a desigualdade social, violência, descaso do sistema com as estruturas dos espaços urbanos, e todo os ecossistemas que atravessam os corpos, ou seja, que impactam as pessoas. O projeto incluiu também duas oficinas, uma delas realizada por Miguel Maia, e a outra por Francis Baiardi. Além de Mara, Miguel e Magno, Ruas, Becos e Vielas” tem provocação e direção de Francis Baiardi; Produção Executiva de Magno Fresil, Paisagem sonora de Dj Naty Veiga; Consultoria de figurino de Cybele Bentes; Paisagem visual de Diego Batista; Registro de Rosana Baré e Francis Baiardi; Assessoria de Mônica Figueiredo; Designer de Adson Freire; Confecção de Rampa de Acesso: Elizomar Silva e Apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), Centro Educacional de Tempo Integral Garcityzo do Lago Silva, Centro Educacional Anibal Beça/Anexo Thiago de Mello e Espaço Cultural Uatê.
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