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Lactantes que trabalham fora podem armazenar leite para o bebê

Prática permite que o alimento, reconhecido como ideal para o neném, seja coletado e oferecido de forma adequada

Por Luiz Affonso Mehu,
segunda-feira, 31 de julho de 2023
 
 
 

Lactantes que trabalham fora podem armazenar leite para o bebê
Lactante / Foto: © Freepik

O leite materno é amplamente reconhecido como o alimento ideal para os bebês. No entanto, em certas circunstâncias em que a amamentação não é viável, quando a mãe trabalha fora ou quando a opção da mamadeira é preferível, é necessário recorrer à extração do leite. Essa prática permite que o material seja coletado da mama e oferecido à criança de forma adequada.

Há diferentes formas disponíveis para a extração desse alimento, sendo possível realizar o processo manualmente ou utilizando um extrator de leite. A escolha do método depende da frequência com que se deseja extrair o material e das preferências individuais de cada mulher.

Independentemente da tática escolhida, é fundamental manter uma boa higiene e seguir dicas que garantam a qualidade do leite para o bebê, bem como o máximo conforto para a mãe durante a retirada.

Como extrair o leite de forma correta

Antes de proceder à extração do leite materno, seja manualmente ou utilizando uma bombinha, é importante seguir alguns cuidados essenciais. Lavar bem as mãos com água e sabão, limpar as mamas com um pano úmido e esterilizar ou ferver os materiais necessários, incluindo os recipientes para armazenar o leite, são passos fundamentais. Além disso, é preciso massagear suavemente a mama em movimentos circulares em direção ao mamilo para facilitar a retirada do material.

Para evitar desconfortos e eventual estresse para a mãe, é recomendável escolher um ambiente tranquilo, onde ela se sinta relaxada durante o processo. Algumas dicas incluem posicionar-se de maneira que dê para olhar o bebê, ouvir música ou tomar um banho antes.

A extração manual do leite materno é uma opção, embora possa ser mais desafiadora do que o uso do extrator. O Ministério da Saúde fornece orientações detalhadas para realizar ambas as técnicas.

A primeira, consiste em posicionar o polegar cerca de 2 a 3 centímetros acima do mamilo, enquanto o indicador e o dedo médio ficam também a 2 a 3 centímetros abaixo, formando um "C" com as mãos. Em seguida, pressiona-se levemente a mama contra as costelas e faz-se pressão com o indicador e o polegar em movimentos rítmicos, liberando e repetindo o processo.

Com a prática, a mulher geralmente encontra um ritmo que ajuda na extração mais eficiente do leite. O processo costuma levar de 20 a 30 minutos, e o alimento deve ser coletado em um recipiente esterilizado com abertura larga.

No caso do uso de uma bombinha de leite, a escolha do melhor dispositivo está relacionada à frequência com que a mãe pretende alimentar o bebê utilizando a mamadeira. O D’Or Mais Saúde indica que, caso seja necessário utilizar o recipiente apenas uma ou duas vezes por semana, uma bombinha manual é suficiente. No entanto, se a intenção for extrair leite com mais frequência, o extrator elétrico pode ser a melhor alternativa, pois permite uma retirada mais rápida e sem esforço.

Como armazenar o material coletado

Conforme as informações do Ministério da Saúde, os frascos utilizados para armazenar o leite materno extraído devem ser de fácil limpeza e desinfecção, com boa vedação e feitos de materiais seguros para o leite, como potes de vidro com tampa de plástico rosqueável. É importante lavar os recipientes e tampas com água e sabão, fervê-los por 15 minutos ou esterilizá-los. Após a higienização, devem ser deixados para secar de boca para baixo sobre um tecido limpo, evitando o contato com a parte interna.

O leite materno pode ser conservado na geladeira por até 12 horas. Caso a mãe deseje congelá-lo, isso deve ser feito logo após a extração. No freezer ou congelador, o alimento pode ser mantido por até 15 dias. Caso o leite seja destinado à doação, ele deve ser congelado por, no máximo, 10 dias e levado a um banco de leite humano ou posto de coleta. É recomendado que o congelador tenha uma porta separada do refrigerador.

Se o frasco não estiver totalmente cheio, a mulher pode coletar o leite em outra ocasião, cuidando para deixar dois dedos de espaço entre a boca do frasco e o líquido. Quando o leite de diferentes coletas é armazenado no mesmo frasco, a validade é contada a partir da data da primeira coleta. É importante, portanto, identificar o frasco com data e hora da primeira retirada do material.

No caso de sobrar leite no frasco após a alimentação do bebê, essa porção deve ser descartada.

Atenção ao descongelar o alimento

Vale ressaltar que, para descongelar o leite materno, o frasco deve ser retirado do congelador e colocado em banho-maria em água quente, com o fogo desligado. É necessário agitar lentamente o conteúdo para misturar os componentes até que não haja mais gelo.

A fervura do líquido deve ser evitada, pois isso pode comprometer seus nutrientes. Por isso, é importante que a temperatura esteja em torno de 40ºC, levemente acima da corporal. Ao descongelar, é preciso retirar apenas a quantidade necessária para a alimentação do bebê. O restante pode ser conservado na geladeira por até 12 horas. Após esse período, o leite na geladeira também deve ser descartado para garantir a segurança alimentar da criança.

A importância do leite materno

A amamentação desempenha um papel crucial no crescimento saudável e no desenvolvimento das crianças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância do leite materno como a única fonte de alimentação recomendada nos primeiros seis meses de vida. Esse alimento fornece todos os nutrientes essenciais, anticorpos e fatores de proteção necessários para fortalecer o sistema imunológico do bebê, prevenindo doenças e reduzindo o risco de infecções.

A partir dos seis meses, a introdução gradual de alimentos complementares é recomendada, mas a amamentação continua sendo importante até os dois anos de idade ou mais, pois ainda oferece benefícios nutricionais e emocionais importantes para o neném e para a mãe.

Para a mulher, segundo o Ministério da Saúde, a prática reduz as chances de diabetes, câncer de mama e de útero, favorece a contração do útero no pós-parto – o que reduz perdas sanguíneas e previne a anemia – e facilita a perda do peso que foi ganho na gravidez, além de diminuir o risco de desenvolvimento de hipertensão, obesidade e hipercolesterolemia.
 

 

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